quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O DIA DE CADA UM




A tarde já caía. Era outono. Folhas secas formavam um tapete amarelado por todo o parque, cobrindo o que antes era um verdejante gramado. As crianças gostavam de pisá-las, sorrindo felizes ao ouvir o barulho que faziam. Como pode uma criança divertir-se com tão pouco! Sentado num velho banco de madeira, um senhor de meia idade lia um livro totalmente absorto, parecendo que nada ao seu redor poderia lhe chamar a atenção. Dentro de seu carrinho de passeio, um bebê observava maravilhado tudo a sua volta. Com olhinhos de curiosidade ele olhava as copas das árvores, os pássaros, as crianças, movendo sua cabecinha prá cá e prá lá. Afinal, tudo para ele era uma grande novidade! Sua babá, ao contrário, empurrava o carrinho enfastiada, doida para voltar para casa. Ainda tinha tanto o que fazer, tantas obrigações a esperavam. E assim mais um dia findava. Para uns, com muitas alegrias e surpresas. Para outros, infelizmente, apenas mais um dia, como qualquer outro dia.


Ianê Mello

(24.10.12)

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