Não valho o prato que como
a cama em que me deito
a mulher que beijo
Não, não valho nem mesmo
essa furtiva lágrima
que de tua face escorre
Não mereço tampouco
o amor que se revela
em prantos de dor sentidos
nas noites escurecidas sem lua,
na bruma em que te
escondes,
tímida e tristonha a minha espera
Não valho a paixão que te consome
Não valho a paixão que te consome
ardendo em tuas entranhas a ferida
nos dias que se perdem solitários
Não, não mereço teu amor tão puro
tua doação sem medidas
tua doação sem medidas
o resguardo de teu corpo para meu deleite
Por isso te peço agora
Por isso te peço agora
tomado por remorso e
num rasgo de
consciência
deixa-me sozinho
em meu próprio enredo
na vida que escolhi e vivo só
Ianê Mello
(01.03.13)
*
Arte de Igor Morski.
*
Arte de Igor Morski.
5 comentários:
O sujeito lírico pede à amada que se retire, que o deixe só, mas subentende-se, por meio da sua auto-condenação, que o que quer é ajuda. Na verdade é o perdão que pede sem que sequer o perceba.
Um beijo
Olá, Lidia!
Todo poema está sujeito a diversas interpretações. Gostei da leitura que você fez do poema.
Obrigada por sua presença. Volte sempre!
Bjs.
Seus versos roçaram
a pele da minh'alma
tanto se trançaram que
profundo dela entraram!
bjs!
a quadrinha é a confissão do que seu poema me causou ao lê-lo..
Fico muito feliz com sua leitura sensível do meu poema, amigo Edson. Obrigada. Bjs.
Ola,poetisa. Lindo, isto é noite, fiel e adorável companheira.
Arte interessando. Quantas vezes vezes nos encontramos sozinho, despidos de nos mesmo.
Postar um comentário