sexta-feira, 7 de março de 2014

DIAS SEMPRE IGUAIS


Saber-me assim é o que resta
sem novos planos, sem anseios
extraindo da vida o que presta
sem perder-me em vagos devaneios

Um dia após o outro sem sobressaltos
natureza acomodada no momento
já cansada de se expor a grandes saltos
poupada de viver nesse tormento

Imaginar-me assim acomodada
há tempos atrás jamais ousaria
supunha estar para sempre fadada
a viver sem sentir tal calmaria

Por vezes ainda me pergunto
se a escolha que fiz foi adequada
mas não me demoro no assunto
fecho os olhos - não penso em mais nada.


Ianê Mello
(08.01.14)

* Pintura de Jane Ansell






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